REALIDADES MINHA

A saudade é um baú de lembranças. A saudade acorrenta a alma. A saudade brinca com o imaginário. A saudade demanda tempo. A saudade não esquece. A saudade é impaciente. A saudade se preenche. A saudade não sai do seu mudo. A saudade é monótona. A saudade é incansavel. A saudade repete os mesmo hábitos. A saudade não tem novidades. A saudade manipula os sentidos. A saudade é narcisista. A saudade é indomável. A saudade é chata. A saudade é birrenta. A saudade é poderosa. A saudade sonha com a sua morte.

Tentei reconquistar-te, mas cheguei ao ponto que não vou mais. Descobri na sua voz sarcástica que é melhor recompor-me ao estado de indiferença. Nos desgastamos. Mesmo a promessa das rendas coloridas de Lira não me faz querer esperar. O nosso fim começou há muito tempo, era como um bebé o meu rancor, mas agora é um senhor cansado.

Tenho-me deitado e a voz daquilo em que consisto não me deixa dormir. Sou convidado a uma imersão ao centro de mim, não em busca da razão de ser, mas para se armar e tentar lidar com o que sou. Não estou a tentar afirmar nada! Não é mais urgente fazer comprovações sobre mim, seja para eu mesmo ou para os outros.